sexta-feira, 16 de maio de 2008

um dia em sp


Surreal no meio da Av. Paulista, num dia de céu azul que ate trazia uma doce ilusão de que a cidade São Paulo não era o caos de poluição e o misto de sonho e pesadelo, encontrar um rapaz vendendo um jornal do projecto "Ocas". Ele me parou e me disse que via que eu gostava de arte e hardcore, e tinha um jeito diferente. Conversamos sobre arte, e punk rock, e veio uma pergunta dele que me marcou -Cara vc gosta de Discharge?. Meus olhos brilharam, pois Discharge é uma das minhas banda predilectas de punk hardcore inglês dos anos 80, fruto de toda desilusão e fúria daquela década. Dois humanos no meio da cidade mais louca, rica e miserável do Brasil, falando sobre arte, resistência e punk rock, essa é uma das coisas que me deixam feliz e traz um pouco de sentido pra mim. O rapaz mora num quarto na liberdade, tem bicos de ator e artista plástico, passou fome até, mas ainda sonha. "-Você é diferente e vê o mundo além do comodismo" olhando para mim disse essa frase que me fez sorrir de uma forma que havia muito tempo que não ocorria. Coisas assim que nos deixam felizes, pois podem nos salvar da mesmice dos dias atrás de ónibus cheios, notas boas, o salário de todo mês, e a falta de lirismo.
A cada dia tento me salvar, de toda a angustia acumulada durante todos esses anos, tentando ser alguém e não um idiota.

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