domingo, 16 de dezembro de 2007

Estranho como um encontro de corações tão desesperançosos no metrô, pude-se fazer ressurgir as cores nos sentimentos dos quais sentíamos falta ou não víamos mais lógica de alegria. Isso em meio a massa de extrema vivência solitária em meio a rotina diária, problemas pessoais e sociais, a indiferença que tanto nos atinge, depois de choros, rotinas, novelas e ilusões.
Mas ela voltou a sorrir e sentir a arte e ele soube redescobrir um sentido...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

cretinice lirica

diferentes atitudes de resistência ao conformismo e a não adequação a moral dos vencedores que seguem os manuais cristãos capitalistas, mas tais manuais preenchem o vazio da cretinice de nossas personalidades dilaceradas pela vida que sufoca.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

ontem tive as boas vindas de são paulo, chegando no tiete ao pagar meu bilhete do metro, uma mulher veio ao meu lado, notando que eu estava guardando as moedas do troco, veio pedir 90 centavos para ajudar dizendo ela sua passagem, eu tive medo e nem respondi, a ignorei. como em todas as cidades grandes o medo e a individualidade da sobrevivência nos atinge cada vez mais, o medo e as incertezas nos deixam secos perante as pessoas.

sábado, 6 de outubro de 2007

talvez o tempo nos destrua, ou nossas lembranças de dores, amarguras de desejos não realizados e fracassos. talvez seremos vultos com lembranças tristes, velhos com almas retorcidas e lembranças perdidas.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

os olhares se batem de frente, e um agradecimento "deus te ajude", mais uma historia dentro de um ónibus. um homem com seu filho, ambos bem vistos, parecendo uma família feliz sem problemas, mas o homem distribui uma foto do seu filho grampeada junto com um pequeno papel que conta que seu filho passa por tratamento e ele pedia ajuda nos ónibus para o tratamento dele, ele usa o silencio e uma foto....
vejo pais que usamos filhos para pedir dinheiro a toda hora, mas esse do ónibus me deixo confuso, o olha dele era humano, e a forma dele tratar o filho era de carinho, muitos desses pedintes com filhos em frangalhos, com suas infâncias roubadas andam sujos, subnutridos, em meio a nós malditos escravos. mas não posso julga-lo, somente mais um ser humano com um drama...
e levantamos todos os dias com nossas cruzes

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

correia

passar uma hora vomitando palavras que te sufocam em madrugadas que parecem não ter fim, tanto que a angustia toma conta da sua noite. mas temos que ser felizes a moda artificial em meio a ideias de auto-ajuda e remédios que no fundo evitam o choro, o pior que fiquei tomando remédios por 1 ano, sentia leveza artificial e não conseguia chorar, meus sentidos estavam entorpecidos. não tem como questionar o peso de nossas vidas simplistas, só o viver, buscar algo além, mas eu não queria virar um zumbi. no entanto com o passar dos anos você começa a refletir, ver sonhos desaparecendo, ver mudanças ao redor, sim é a correria moderna , que esta assolando toda a humanidade.

domingo, 9 de setembro de 2007

"... agarravam qualquer estimulo ou brilho que pudessem encontrar..."
"Com um pouco de sorte, a gente se depara na hora certa com uma música que não é somente "grandiosa" ou "interessante", ou "incrível", ou divertida, mas realmente substancionsa. Por um processo evasivo mas tangível, certas musicas barram todas as nossas defesas e dão sentido a todos os medos e desejos que evocamos nelas. Dessa maneira, elas expõem tudo o que escondíamos no intimo e dão um sentido a isso. Apesar de ser uma outra pessoa que fala, a experiência é como uma confissão. Nossas emoções disparam a loucos extremos: nos sentimos ao mesmo tempo enobrecidos e desvalorizados, redimidos e condenados. Escutamos que é disso que se trata a vida, que é para isso que ela serve. Porém é esse mesmo reconhecimento que nos faz entender que a vida jamais pode ser tão boa, tão inteira. Como uma clareza que a vida nos nega por suas próprias e boas razões, vemos lugares aos quais nunca poderemos chegar."
Marucs, Greil- A ultima transmissão pg22-23: artigo sobre um show de bruce springsten em 1978

pés+carrefour

o céu ainda tinha o tom rosa do inicio da noite, depois de um dia seco e com sol forte. em um ponto de ónibus da periferia de curitiba o estava esperando , depois de compras no carrefour. engraçado isso o consumo globalizado, bem que poderia se ter não os conflitos sociais violentos da periferia de Paris e sim as politicas de saúde, e educação, e não uma rede supermercadista. podemos consumir o que os ricos consomem mas não temos saúde publica e nem uma sistema educacional digno. Na chegada do ónibus, que vem de um bairro pobre, notei o numero de pessoas negras, humildes em seu interior, pessoas passeando, ou sobrevivendo como o casal com seus filhos, notei os pequeninos pés deles em meio a sujeira, algo que para qualquer criança é importante, mas naquela situação não significava tanto alegria infantil boa, e sim crianças que brincavam na sujeira de um bairro pobre, que catavam latinhas e lixo, as sobras do consumismo, das cervejas que usam mulheres gostosas para divulgação. ali estava o outro lado, talvez ate eu os cruze de novo, pelas ruas de curitiba, pois a noite na volta da faculdade vejo no ónibus os mesmo que usam seus filhos para pedir esmolas, engraxates, sub-empregados.
sou como eles um sobrevivente...

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

citação sobre a vida fudida

"Um rosto que sofre tão perto das pedras já é ele próprio pedra. Vejo esse homem descer outra vez, com um andar pesado igual para o tormento cujo fim nunca conhecerá. Essa hora que é como uma respiração e que regressa com tanta certeza como a sua desgraça, essa hora é a da consciência. Em cada uma desses instantes em que ele abandona os cumes e se enterra a pouco e pouco nos covis dos deuses. Sisifo é superior ao seu destino. É mais forte do que o seu rochedo.
Se este mito é trágico, é porque o seu herói é consciente. Onde estaria, com defeito, a sua tortura se a cada passo a esperança de conseguir o ajudasse? O operário de hoje trabalha todos os dias da sua vida nas mesmas tarefas, e esse destino não é menos absurdo. Mas só é trágico nos raros momentos em que ele se torna consciente. Sisifo, proletário dos deuses, impotente e revoltado, conhece toda a extensão da sua miserável condição: é nela que ele pensa durante a sua descida. A clarividência que devia fazer o seu tormento consome ao mesmo tempo a sua vitoria. Não há destino que não transcenda pelo desprezo"
Camus, Albert. o mito de sisifo

domingo, 26 de agosto de 2007

um trecho do absurdo

"O mundo fornece sempre a mesma soma de experiências a dois homens que vivam o mesmo numero de anos. Compre-nos a nós termos consciência disso. Sentir a sua vida, a sua revolta, a sua liberdade e tudo isso, o mais possível"- Camus, a liberdade absurda
Este pequeno trecho representa a essência da filosofia do absurdo existencial, presentes nas obras de Albert Camus. Diferente de Sartre, onde tem-se um intenso dialogo humano sobre a analogia da existência e uma busca por sentido da vida. Camus escancará a extrema liberdade do viver absurdo, de uma forma crua e poética, ate simples, mas intensa. Até uma uma forma subjectiva, dialogando com o leitor, mostrando a essência da consciência do existir, mesmo em diversas formas sociais, desde o intelectual em busca do saber até um simples operário que tem a rotina da sobrevivência.

sábado, 25 de agosto de 2007

ilusão bonita

Aprendemos com o dia a dia, para entender nossa sensibilidade e revolta. Talvez para fazer sentido as leituras contra culturais, a poesia humana de drummond e as cronicas urbanas contemporâneas do fermando bonassi. Um misto de simples eloquência e de um sentido ao ver algo bonito mesmo em circunstancias tão trágicas, como crianças brincando em caixas de papelão, parecendo que nem são filhos de pobres catadores de papel, ainda nelas a essência da infância, que logo se perdera...

sábado, 18 de agosto de 2007

visão do altar da academia

Talvez eu esteja com o olhar cada vez mais ajustado com um sentimento de repugnância da sociedade, mas não pelo karma diário de um estranho na sociedade que acorda, e se ilude com a pseudo esperança como força. Toma um ónibus lotado para a faculdade, seguindo junto com a periferia, para seus empregos, para suas ocupações desde trabalhos formais, pedir nas ruas, assaltar, estudar. Todos indo sobreviver, cada um a seu modo. Mas o que me deixa triste que essa realidade é algo que se contrasta com o que a classe media alta vive, e quem esta no meio académico publico e vem da periferia fica chocado com a eletização do conhecimento Doutores filhos da puta que ganham 4 mil reais para ensinar o pensamento cheio de regras da falída academia, que separam a realidade ao redor e a transformam em mero objecto. Tudo é método, pensar e reflectir só com bases cientificas. Arte é pra elite não pode ser analisada como algo social e por ai vai as merdas desses doutores filhos da puta.
Não sou como eles, nem como os alunos que ajudam a fortalecer esse modo de ensino. Só sou um tosco que aprendeu sozinho, que vem de uma família operaria, criada por uma dona de casa que tem a quarta série.
Eu quero que a academia elitista se afogue em seus vômito de conhecimentos e regras, que se auto decomponha com os gazes inalados de seus dejectos....

domingo, 12 de agosto de 2007

definições após um dia duro

De certa forma o Klaus tem razão, em um desabafo sobre as preocupações de um ser humano.
-Cara eu me preocupo se eu vou receber meu salário em dia, e pagar as minhas contas. Me preocupo com as condições precárias da saúde pública, e se vou poder cumprir meu dever de médico e ajudar os meus pacientes, a maioria pobre. Me preocupo com a violência do estado, representada por uma polícia despreparada e violenta, e também com a violência social que é um reflexo da nossa desigual sociedade. Tenho medo da ignorância humana... E fico triste com o aumento da pseudo-indignação da classe média alta, que beira um discurso de direita, discurso que camufla sua própria ignorância, pois o que faram com os filhos nobres da sua própria classe que matam prostitutas, espancam pretos e pobres?
Após um dia duro, leituras de manchetes de jornais, e olhando a vida ao redor sinto todo o pessimismo e uma busca de forças para suportar.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

cada dia e sensação....

a suavidade dos raios de sol e o céu azul, dos dias de inverno transmitem um ar melancólico e lírico, e ao mesmo tempo há uma sensação de animo ao andar pelas ruas com uma luz de um dia doce. até mesmo um muro velho com artes toscas ou lindas o faz sorrir, mas cada pessoa sente de uma forma. talvez todos vejam o mesmo ambiente urbano, num dia assim, para alguns seria mais um dia de rotina, trabalho e vida cotidiana, cada pessoa com seu karma diário. seria tudo isso para alguns uma redenção e para outros o desespero de uma vida sem sentido, o peso e a leveza como a definição de nossa sina humana nas primeiras paginas de " a insustentável leveza do ser".
o céu é o mesmo para o rico que mora no Batel, e para o suburbano em ônibus cheios iluminados pelas primeiras luzes da manhã de cada dia longo de luta e poesia

terça-feira, 5 de junho de 2007

...

"Você pode tornar as coisas mais leves!"
Talvez possamos tonar a vida mais leve, mesmo sendo afetados pela correria que nos é jogado em nossa mente diariamente, tanto pela mídia como pelo nosso ciclo de convivio social. Nem todos suportam, tanta pressão, acho que sei bem pra que serve a televisão , os programas da dona hebe, ate mesmo o sexismo dos galãs e gostosas que saem na playboy. Servem para fuga das frustrações diarias, para fugir da miséria do nosso ser....

sexta-feira, 25 de maio de 2007

rezar pelo caos divino

como uma agonia que me destroi sinto toda a incerteza, talvez meus delirios caóticos de liberdade sejam fruto de toda amargura que vem desde a escola. aos 6 anos ja a sentia, e pior já comecei a sentir o medo, que com o passar de sua vida vai se moldando em diversas formas.

sábado, 17 de março de 2007

=(

A cada dia me confronto mais com a dura realidade, e vejo como a sociedade nos impõe uma pseudoliberdade. Podemos seguir um caminho, mas indiretamente fatores sociais são impostos. Então chegamos a nos questionar sobre nossos sonhos e ideais e de como manter acesa uma chama que nos faça viver depois onibus cheios, intolerânciademonstrada dia a dia pelo ser humano, filas e fichas enfrentadas e preenchidas atras de um emprego. Chega-se ao ponto de parar de senir, e agir somente como uma máquina, seguindo a linha de pensamento moderno de consumir, arrumar um emprego que de muito dinheiro, alimentar um status para preencher um vazio. Mesmo não precisando de certas coisas há uma avalanche imposta de consumismo, que um determinado status social adquirido na aquisição de um carro ou por aceitar um padrão de vida imposto, são as metas de uma vida humana.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Talves seja só uma lembrança batendo na minha mente, fazendo sentir coisas que talvez não sejam para mim, por ser incapaz ou por medo. Essa imagem representa uma parte da minha juventude perdida, uma referencia ao punk que descobri nos meus 13 anos, ouvindo ramones, husker du, black flag, clash e as historias da revista trasher e das suas fitinhas lendarias com coletaneas de hardcore, em uma materia na tv, dai veio algumas menções ao skate punk. Não me familiarizo com o que dizem sobre o skate hoje, mas quando eu andava sentia liberdade e esquecia do meu mundo de traumas.
Vendo "DOG-TOWN" veio uma sensação que de como esas coisas mudaram a minha vida, mesmo achando so algo de preenchimento ao um cara complicado em meio a crises, sem contato com o mundo tão amendrotador.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

dissonâncias

minha mente parece um liquidificador em tantos pensamentos, taras, questionamentos
tanto que fico em desespero
não sou um jovem da decada de 60, em meio a rupturas, descobertas, que pirou ao ler kerouac e vibrava ao ler os textos devastadores de lester bangs
não presenciei o odio e a liberdade da explosão do punk e posteriormente do hardcore, nem suas quedas
sou só um sobrevivente que chora

domingo, 28 de janeiro de 2007

metrópole

a imensidade urbana nos deixa invisiveis
em meio a tanta multidão e chegamos a sentir
toda a ilusão...